sábado, fevereiro 28, 2004

Voltaraste-me

Violentaste-me com o teu olhar,
E nem acenaste um adeus à saida

Vingaste-te

Quando te olhei pela última vez,
apaixonei-me pela tua ausência...

Esperei, para sempre, um beijo,
que nunca chegou

E num vislumbre desse teu afastar,
vi o futuro que ele roubou.

O teu olhar partiu, e não voltou.

Sei

Sei.
Agora já sei...

Finalmente.

Sei que não sinto, como tu sentes,
que não minto, como tu mentes.

Diz a verdade... Tu também sabes.

quinta-feira, fevereiro 26, 2004

Re.posicionamento

Re.volto-me, re.clamo-me, re.penso-me, re.ago.
e fico na mesma.

Volto a clamar e penso que ago.
não.

Então grito e só sai:

Re. Re. Re.

Re.pito-me.

Ai...

Truir, destruir, e recomeçar.

Reconheço-te diferente,
desta vez quero mesmo re-conhecer-te...
Começar do principio,
sem juizos de valor...

Gostar muitos das conversas,
partilhar pensamentos,
andar de candeias as avessas,
e causar-te sofrimentos...

Começar tudo de novo,
e voltar a destruir-te aos bocadinhos...

Anda...

Anda lá...

só mais uma vez...

Amarilhando pelas paredes...

Cauteloso, experimento...
devagarinho tento, provo, cheiro, toco, e olho...
Desconheço o sabor.
O cheiro.

Sinto.
é novo.

Nunca tinha experimentado.
Parece-me tudo tão diferente...

É assim mesmo?
Isto é que é o Amor...?

Perda de tempo.

Parado xo...

Soubeste o que me aconteceu?
Não?

Nem eu...
Esqueci-me de perceber,
deixei-me levar, arrebatado pelo momento,
Não sei se deixei de ser,
ou se fiquei parado no tempo???

Escondido

Como é dificil por vezes sentir...
Escrever,
Fazer alguma coisa sair,
Descrever...

Descrever sentimentos,
Emoções,
Acontecimentos,
Sensações...

Tão dificil como aquela lágrima que espreita a luz do dia mas teima em não sair,
em não ser chorada.
Suspensa, num olhar já humido,
recusa enfrentar a realidade e esconde-se,
onde ninguém a veja.

Tal como eu.

terça-feira, fevereiro 17, 2004

Treschora-se

Envergonhado.
escondo o meu olhar.

não sei se por receio,
se por não conseguir chorar...

tenho a noção que se começo,
nunca mais posso parar...

Nudezerto

Já não sou nada
aniquilei-me.

Auto-cadáver.
Suicidado.

Resta apenas um pensamento,
deliberado,
atordoado,
cansado,
e pobre.

Pobre de esperança,
e distante da vida...

Perdido no corpo,
por trás dos olhos vazios.

nu.

25 desabril

Das portas que "abril abriu"
sairam sonhos sairam esperanças,
saiu a vontade que se perdeu,
e um futuro para aquelas crianças

Mas morreu, desfaleceu, arrependido,
esquecido nas lembranças,
expirou, falhou, caiu,
e cresceram aquelas crianças.

Mas cresceram noutro sentido,
no sentido da indiferença,
já lutar não faz sentido,
nem a mais pequena diferença.

E desse sonho caído,
resta apenas a lembrança,
que um dia sonhei ter tido,
talvez por já ter sido, um dia, criança.

sábado, fevereiro 14, 2004

Morrindo

Morro assim, desimaginado,
fugindo de mim, desemocionado,
escondento o medo, apavorado,
de quem não sabe se sim, duvidado,
nem sabe se não, enganado.

Morro,
perdido,
de morte matado.
de vida morrido.

de sorriso apagado
e de olhar esquecido...

Oscimagilar

Olho, vejo, sinto, invejo, e minto
quando afirmo alto e bom som:
que já nada sinto,
e que assim é que é bom...

Viro as costas ao presente,
fecho os olhos pró passado,
tento não pensar no futuro,
E viver apenas imaginado...

Sem tempo, espaço ou noção,
sem dor, perda, ou emoção...

Sentado num banquinho,
enfiado num vão de escada,
ou escondido num cantinho,
da imaginação já velha e abandonada...

Sem medo de nada.

Ventre devagarinho

Carinhento, deslizo pelo teu ventre,
Quente e aquecido,
Carente
Embevecido
Dormente...

e já adormecido,
perdido nesses olhos tão teus,
ainda solto um suspiro,
desses suspiros tão meus...

Adeus.

Venciderrotado

Ganhei.
A vitória é viciante,
apaga a memória,
é excitante,
sabe a gloria.

Mas sempre que ganho,
sinto que perco alguma coisa,
pois, por maior que seja a vitória,
deixa sempre alguém derrotado.
Vencido.
Amargurado.

Prefiro perder,
pois a vitória reside, para mim,
no prazer de ver alguém vencer...

Podes crer!

quinta-feira, fevereiro 12, 2004

Emociferença

por cada bocadinho de coração a menos,
ganho um bocadinho de indiferença a mais.

Um dia rebento de tanta indiferença,
e morro emocionado.

Não.

Escolho o não.
Porque sim...

O não fica melhor,
tem acento.
faz ondinha.

Acrescenta mais vontade à que já tinha.
Antes um longo não que um breve sim.
Assim.
pelo menos para mim...

pelo menos há acção em negacção...
ou não?...

P.

Porquê?
Nem sei como perguntar porquê?
Não sei fazer a pergunta...

Não é por medo da resposta,
isso sei.
Não é por medo da pergunta,
também sei.

Não é receio da razão,
nem pavor da sua ausência...
é simplesmente uma questão,
de pura impaciência.

Preferia-te aqui agora.
Mais que recordação... Preferia-te antes aqui por um tempo,
que na eternidade do coração.

Só para te dar um abraço.
Daqueles.

Repoemado

Reanimado, reapareço.
Revoltado, apagado, moído, trocado, perdido, amado e esquecido.
Relembrado, reamado, reestimado, reacarinhado, reesquecido.
Regresso.
Somente para te reatormentar...

Reviravoltas

Voltar.
Como te associamos a coisas boas.
Voltar é diferente de "...outra vez!?"
De "...já?!"

Voltar é querer que fiques.
Voltar é esperança,
Diferença,
não in diferença

Voltar é fazer por chegar
querer muito estar,
voltar é sentir mais perto,
saber que no fundo está certo.
e ficar!!!

Quero voltar.
Posso?

quarta-feira, fevereiro 11, 2004

Mudarrependido

Sacudo-me. Arranco-me de dentro de mim mesmo e viro-me do avesso, numa tentativa frustrada de mudar.
Afasto-me de mim a medo, receio querer-me agarrar, não me querer largar.
Não me liberto, e suspenso no ar respiro uma última vez.
Insensato faço um último esforço.
E consigo...
Saiu.

Escuro.
Vazio.
Silêncio.
Frio.
Solidão.

Mudei.
E agora?

Perdi

Se souberes onde estou, encontra-me, por favor!
Perdi-me de mim.

Andava à minha procura... e não te encontrei.
Perdi-te de mim.

Partidades

A saudade sabe a lágrima,
Sabe a sal.
Tem sabor de aperto no coração,
Sabe mal...

Magoa, faz esquecer.
Arranca de nós um pedaço,
Para depois o perder...

É como unhas afiadas,
que te arranham as costas,
enquanto estás com elas voltadas...

Quando perdidas são fatais,
enquanto guardadas: crescem;
quando menos esperas vais,
E no teu vazio elas florescem...

terça-feira, fevereiro 10, 2004

Às vezes penso;
às vezes não.

Mas quando penso, acho que um dia vou fugir,
deixar tudo para trás,
Deixar-me ir,
Ser capaz.

Fugir de mim, para me encontrar lá mais adiante.
Fugir de mim, para te encontrar
Fugir de mim, só.
Fugir.

Antes só, que sozinho.
Mais vale acompanhado, que mal acompanhado.
O pior é só, desacompanhado...
Ou mal sozinho.

Ondamento



Vais e vens,
Vens e vais

Nunca desistes, nunca te rendes
Nunca paras de continuar

Vais e vens,
vens e vais

Nesse azul profundo,
iluminado de cinzento.
Ventre fecundo,
Donde nasce o vento...

Vais e vens,
vens e vais

Onde roubaste essa vontade,
Esse rasgar da inutilidade.
Onde encontraste esse vagar
que pões nas ondas da saudade?

Vens e vais
vais e vens

Fica desta vez...
Só desta vez...

Fica.

Fica.

Esquece.

segunda-feira, fevereiro 09, 2004

Nãomelembro

Fui.
Voltei.
Enquanto caminhava lembrei-me de algo,
que me esqueci quando cheguei.
nunca mais me lembrei.

Quem és tu? não me lembro... acho que não sei.
Desconheci-te.

Reapaixonhento

Engano-me, deslindo, aceito e resigno.
Fico na mesma, mas desenganado.
Descubro por fim,
que não sou gente,
nem sou gado,
ando apenas por aqui,
apaixonado.

Repensei-te e cheguei à conclusão que afinal vales a pena...
Vida.

Destruicídio

Qual carga perecível,
me escangalhei todinho,
na podridão deste caixote,
na escuridão deste contentor,
não sobrou nem um bocadinho,
nem esboçaste a mais pequena dor.

Enfim. Lixo.
Suicidaste-me.

Raio'sparta!

Se alguma força maior que a minha vontade existe no universo,
que se apresente.
Para eu lhe espetar o dedo no olho.
Respirar o presente,
e dizer alto e bom som:
Ninguém manda na minha vida mais que eu! porque sim, porque eu quero, posso e mando!
Pronto.
isso é que era bom.
qual destino, qual carapuça...
do jeito que já ando,
não sei se sou eu que vou,
ou se é a vida que vai passando....

sexta-feira, fevereiro 06, 2004

Relembração

Inconsideração, inpensado,
Desconsiderado, atordoamental.

Chegados aqui, descendemos as mãos...
Afinal nem tudo são contradimentos.
Há também sentimenções honrosas
E tenebrosas frustrações!

Cá para mim, tenho como certo, que no fundo no fundo... Cada dia desexistimos mais!!!

Automundo

Se se pudesse cair do mundo,
eu já tinha caído.
Se se pudesse sair de mansinho,
eu já tinha saído...

Escorregava pelos fundos,
despercebido.
Escapava-me por um buraco,
esquecido...

Mas não me deixam ir embora.
Não me deixam desaparecer,
não me deixam deitar fora
este velho tem-de-ser...

Quero sair.
Onde é a próxima paragem???

A vida


Segredei-lhe ao ouvido... Viste?
é o que acontece quando não me ligas...
Sentiste?
ahhhhh, Amizade a quanto obrigas...

Ascadente...

Mortificadente estrela do mar,
ouviste do mais fundo,
sentiste do mais alto
mas foste sempre do mar

Percorreste o mundo,
na esperança vã de encontrar,
Nesse estranho e longinquo fundo
outra estrela pra falar.

Mas de nada te serviu,
Pequenina estrela do mar
Mais para longe te levou,
Até não mais te arrastar...

E então,
Como as estrelas do ar,
Ganhaste asas e subiste,
pelo céu sempre a brilhar...
até o cansaço te apagar.

Ala que se faz tarde.

Saí. não estou.
Já não moro aqui.
Vou.

Volto já,
Mas não depressa,
Tou cá,
Mas isso agora não interessa.

E para festejar o reboliço,
festa de arromba,
Dia santo na casa...
É como ameaça de bomba!!!

Esquecimentiste

Desesperadamentira.
Chamo-te ao telefone... ... ... ... ... ... ...
trimm trimm trimm
Não atendes.
Sei que me vais mentir quando atenderes,
que te vais sentir quando me perderes,
que te vais embora quando quiseres,
que vais sair porque queres,
que te esqueçes de mim quando vieres.

Sei tudo isso e mais uma coisa,
quando chegares estarei à tua espera...
Para saber porque não atendeste a merda do telefone!

terça-feira, fevereiro 03, 2004

Indeciso-me.

Escolho, mas duvido.
Escolho porque tenho de escolher.
Duvido porque posso.
Não escolho duvidar, mas duvido da minha escolha.

Indeciso-me.