sexta-feira, janeiro 30, 2004
Reanalizamente
Sou mau.
Enfim,
Pessimo,
Pessimista,
Possesivo,
Analista,
Previsivo,
Moralista,
Agressivo,
Pluralista,
Atrevido,
realista.
Mas nunca optimista...
Enfim,
Pessimo,
Pessimista,
Possesivo,
Analista,
Previsivo,
Moralista,
Agressivo,
Pluralista,
Atrevido,
realista.
Mas nunca optimista...
Desenterradorado
Desválido, desmaturo, inlumbrante e desmoral.
Sou tudo isso por igual
frágil, vulnerável, só e esquecido.
sou também, mas não por mal.
Faço, aconteço, destruo, arranco, bato, parto, esmurro.
por meninecessidade...
Descontinuo o meu caminho.
e perco-me da verdade...
Sou tudo isso por igual
frágil, vulnerável, só e esquecido.
sou também, mas não por mal.
Faço, aconteço, destruo, arranco, bato, parto, esmurro.
por meninecessidade...
Descontinuo o meu caminho.
e perco-me da verdade...
Poemortal
Repentinamente um fluxo de sangue sobe-me à cabeça
percorre todos os centros nevrálgicos do meu pensamento
Escorre de emoções, na tentativa frustrada de me parar,
deixo-o esvaiar-se lentamente, no calor das acções
Amotinar-se.
Emito sons ao desbarato.
Grunho.
Grito.
Gemo.
Aflito. Perco as estribeiras e desfaleço...
Dirão: Aqui jaz o poeta, que nem um verso conseguiu.
tudo por culpa deste verso que me fugiu...
percorre todos os centros nevrálgicos do meu pensamento
Escorre de emoções, na tentativa frustrada de me parar,
deixo-o esvaiar-se lentamente, no calor das acções
Amotinar-se.
Emito sons ao desbarato.
Grunho.
Grito.
Gemo.
Aflito. Perco as estribeiras e desfaleço...
Dirão: Aqui jaz o poeta, que nem um verso conseguiu.
tudo por culpa deste verso que me fugiu...
quinta-feira, janeiro 29, 2004
Loucomicida
Carrego, puxo, pego, frouxo, nego, esfrego, luxo, prego, e estrebucho.
Arranco-te de mim à dentada, deitada.
Trespasso-te quieta, firme, acabada. suspiras uma última vez, esquecida.
E perdes-te na memória doutros tempos remanescida.
Assuexpirei-me!
Arranco-te de mim à dentada, deitada.
Trespasso-te quieta, firme, acabada. suspiras uma última vez, esquecida.
E perdes-te na memória doutros tempos remanescida.
Assuexpirei-me!
Amarento
Azul reapareço do nada,
Relatividade natural dos corpos
Sinto-o fulgurante dentro de mim
E renascente dos fogos...
Enquanto caminho para o abismo,
vislumbro ao longe a loucura,
de amor não vivo,
E estou farto da procura...
Relatividade natural dos corpos
Sinto-o fulgurante dentro de mim
E renascente dos fogos...
Enquanto caminho para o abismo,
vislumbro ao longe a loucura,
de amor não vivo,
E estou farto da procura...
O poema
Relaxa e inspira fundo...
Fecha os olhos...
...
...
...
...
...
...
Já podes abrir.
Não sentiste o mais belo poema percorrer-te ?
Fecha os olhos...
...
...
...
...
...
...
Já podes abrir.
Não sentiste o mais belo poema percorrer-te ?
Não sei...
Engenho e sorte fazem um homem,
E que fará um poeta...?
Sofrimento e morte...?
Perda irremediável...?
Ou apenas o mesmo em doses cavalares ao pequeno almoço???
Saber, saber, não sei. Mas Imagino...
E que fará um poeta...?
Sofrimento e morte...?
Perda irremediável...?
Ou apenas o mesmo em doses cavalares ao pequeno almoço???
Saber, saber, não sei. Mas Imagino...
Esqueçofrimento
Ja desamado não sou,
Pois nem deixo que me amem,
Fechei à chave o coração.
E esqueci onde a deixei...
Pois nem deixo que me amem,
Fechei à chave o coração.
E esqueci onde a deixei...
quarta-feira, janeiro 28, 2004
Desatrapalhar
Inclinado sobre as estrelas decido castigar os homens,
Atrapalhar a tristeza e esmiuçar o coração
Rasgar a sensatez e estraçalhar a razão
Desatrapalhar o trabalho do diabo, e dar aos homens emoção...
Atrapalhar a tristeza e esmiuçar o coração
Rasgar a sensatez e estraçalhar a razão
Desatrapalhar o trabalho do diabo, e dar aos homens emoção...
Incoragem...
Olho o tecto,
olho o branco e fico imóvel na firmeza dessa cor,
Sinto o mundo girando sobre o seu eixo,
E o sol propagar o seu calor.
Imenso, o azul do mar ecoa lá no fundo,
e tráz a lembrança de outros tempos
Tempos de rancor, sofrimento profundo,
Tempo de aventuras e contratempos
Adiante, oceano fecundo,
esperando portugueses argonautas do vazio...
Para onde foi essa coragem...?
Fugiu???
olho o branco e fico imóvel na firmeza dessa cor,
Sinto o mundo girando sobre o seu eixo,
E o sol propagar o seu calor.
Imenso, o azul do mar ecoa lá no fundo,
e tráz a lembrança de outros tempos
Tempos de rancor, sofrimento profundo,
Tempo de aventuras e contratempos
Adiante, oceano fecundo,
esperando portugueses argonautas do vazio...
Para onde foi essa coragem...?
Fugiu???
O poetotário...
Não há poeta nenhum,
verdadeiramente sofrido,
verdadeiramente escolachado,
verdadeiramente findo, acabado.
Não há poeta nenhum,
Verdadeiramente abismado,
Verdadeiramente amante,
Verdadeiramente uno, terminado.
Não há poeta nenhum,
Verdadeiramente confuso,
Verdadeiramente dorido,
Verdadeiramente profundo, abandonado.
O poeta é um ótario.
Verdadeiramente fingido,
Verdadeiramente falso,
Verdadeiramente longe, afastado...
verdadeiramente sofrido,
verdadeiramente escolachado,
verdadeiramente findo, acabado.
Não há poeta nenhum,
Verdadeiramente abismado,
Verdadeiramente amante,
Verdadeiramente uno, terminado.
Não há poeta nenhum,
Verdadeiramente confuso,
Verdadeiramente dorido,
Verdadeiramente profundo, abandonado.
O poeta é um ótario.
Verdadeiramente fingido,
Verdadeiramente falso,
Verdadeiramente longe, afastado...
Passarinhei-me...
Sem querer ganhei asas,
Levantei vôo e voei,
pelo azul do céu nuvemzado,
Dancei com a chuva, baptizado...
E quando aterrei, adormeci
acordei nu, com fundo azul
Enormes asas decoravam as minhas costas de brancura,
Passarinhei-me, e ascendi ao divino.
Levantei vôo e voei,
pelo azul do céu nuvemzado,
Dancei com a chuva, baptizado...
E quando aterrei, adormeci
acordei nu, com fundo azul
Enormes asas decoravam as minhas costas de brancura,
Passarinhei-me, e ascendi ao divino.
Bancagem
Barreira de burocracia
Blindagem das acções,
Bancos em agonia,
Banqueiros em aflições...
Na barragem de fogo do burocrata,
Ficam as esperanças e os desgostos.
Nada passa sem portagem,
Nada assume um rosto.
Blindagem das acções,
Bancos em agonia,
Banqueiros em aflições...
Na barragem de fogo do burocrata,
Ficam as esperanças e os desgostos.
Nada passa sem portagem,
Nada assume um rosto.
Horrintelectual
Vejo-te na precisão das máquinas
Na brandura do arrolhar dos pássaros
na frescura de uma manhã orvalhada
no sorriso sincero de uma criança
Vejo-te na rua, sozinha, triste
Na pobreza, caída, exangue
na pele sinto o que sentiste,
e o frio nos ossos, no sangue...
És a mesma daquele dia,
as duas vivem só numa ,
pobre no fisico, esguia...
mas bela de espirito, una.
Na brandura do arrolhar dos pássaros
na frescura de uma manhã orvalhada
no sorriso sincero de uma criança
Vejo-te na rua, sozinha, triste
Na pobreza, caída, exangue
na pele sinto o que sentiste,
e o frio nos ossos, no sangue...
És a mesma daquele dia,
as duas vivem só numa ,
pobre no fisico, esguia...
mas bela de espirito, una.
Satânalopes
Terneio Satanás... Vade Retro!!!
Credo!
Possuida, revisito-me estrandeitada, aplaudo as trevas e mainada!
Credo!
Possuida, revisito-me estrandeitada, aplaudo as trevas e mainada!
terça-feira, janeiro 27, 2004
. . .
Senti-te.
Rasgo, esfarelo, estrebucho, escancho, resflego, arranho, chuto, trinco, mordo, dano, insulto, cuspo, escarro, cabeceio, devaneio, desfaleço,
Mas não desisto.
Rasgo, esfarelo, estrebucho, escancho, resflego, arranho, chuto, trinco, mordo, dano, insulto, cuspo, escarro, cabeceio, devaneio, desfaleço,
Mas não desisto.
Lagrimar
Tudo água, tudo lágrima, tudo submerso
Sentes a distância da longura, e do amor o inverso...
O mar em [Mar]ia, é feito de lágrimas salgadas,
Enquanto espera quem as seque, correm desalmadas...
Sentes a distância da longura, e do amor o inverso...
O mar em [Mar]ia, é feito de lágrimas salgadas,
Enquanto espera quem as seque, correm desalmadas...
Sentimentir
O poeta grita,
Estrebucha,
se agita,
repuxa.
O poeta cai,
engole,
recomeça,
e vai...
O poeta não sente,
desalmar-se,
desfazer-se,
desnascer-se.
Não sente, não vê, não ouve, não cheira, não toca.
Só Sentimenta.
Estrebucha,
se agita,
repuxa.
O poeta cai,
engole,
recomeça,
e vai...
O poeta não sente,
desalmar-se,
desfazer-se,
desnascer-se.
Não sente, não vê, não ouve, não cheira, não toca.
Só Sentimenta.
Se for para mim não estou...
Desço as escadas e saiu.
Cá de fora, grito, em plenos pulmões:
Se for para mim não estou...
E fugo a sete pés.
Ligaram, dirão.
Queriam falar-lhe.
Mas eu alheio-me de tudo, de todos, e saiu, corro, fugo, fingo, minto, folgo, finto, mas volto...
E mesmo de regresso, se me ligares, direi:
Se for para mim não estou... nem virei.
Cá de fora, grito, em plenos pulmões:
Se for para mim não estou...
E fugo a sete pés.
Ligaram, dirão.
Queriam falar-lhe.
Mas eu alheio-me de tudo, de todos, e saiu, corro, fugo, fingo, minto, folgo, finto, mas volto...
E mesmo de regresso, se me ligares, direi:
Se for para mim não estou... nem virei.
Enquanto dormias
Enquanto dormias tecia-te os sonhos...
qual artesão introspectante
Criando teus mundos, incessante
E vivendo neles, nos mais fundos...
Enquanto dormias olhava,
mas não olhava cá fora,
olhava lá dentro, pelas janelas dos teus olhos,
vi a tua alma ardente, queimando,
o meu futuro indiferente esperando...
qual artesão introspectante
Criando teus mundos, incessante
E vivendo neles, nos mais fundos...
Enquanto dormias olhava,
mas não olhava cá fora,
olhava lá dentro, pelas janelas dos teus olhos,
vi a tua alma ardente, queimando,
o meu futuro indiferente esperando...
Omniausência
Em vez de estares, faltas...
Em lugar de presença, ausência...
Em virtude não sei bem de quê.
Sabes que não estar doi,
Custa, Arde...
Fazes de propósito...
Sinto em tudo a tua ausência.
A tua ausência está omnipresente...
Em lugar de presença, ausência...
Em virtude não sei bem de quê.
Sabes que não estar doi,
Custa, Arde...
Fazes de propósito...
Sinto em tudo a tua ausência.
A tua ausência está omnipresente...